PraOntem
Meu fim: o que aconteceu comigo na Engenho Propaganda em 2023
Cronologia dos fatos
- Final de fevereiro: retorno de férias, percepção do estado do Valduir.
Busquei tocar trabalho pendente sabia-se lá há quanto tempo do Creci - Santa Catarina. Me ligavam bastante e no mesmo dia alterando ou tendo definições que mudavam diariamente. Percebi total desamparo e me vi na linha do tiro. O trabalho era um post que exigiu mais de 20 alterações, e só consegui terminá-lo quando passei o arquivo aberto para ele.
-Em seguida, morte do Valduir e algo espiritual aconteceu: as luzes aparecem na escada sendo que nunca aconteceu algo assim. A sensação de subir a escada foi indescritível.
Houve uma conversa pessoal, creio que com cada um, sobre como seria o andamento da agência. Para mim, foi levantado atender o cliente João e receber por isso, mas preferi silencia a respeito, apenas considerei trazer algumas soluções mais modernas, caso as diretoras estivessem abertas. No final, tive algum receio ou não soube como apresentar as soluções, pois enviei uma apresentação de uma agência e não obtive qualquer retorno. Também coletei uma série de oportunidades de uma empresa de OOH e retransmiti, na esperança de haver algum interesse das partes internas, mas não ocorreu.
- Tentativas de melhoria do fluxo de job ou de enxergar como seriam os trabalhos, propostas de trabalhos para aniversário de 50 anos.
Utilizaram post-its primeiramente. Depois, um quadro. E entre eles, alguns softwares gratuitos. O grande problema, pareceu, é que não havia uma ordem: alguem deveria cadastrar a demanda, o brief, aí alguém criaria, outro layoutaria e assim iria até a aprovação. A questão estava no fluxo, que exigia tudo praticamente de uma só pessoa, em muitos casos.
Cadastrei um outdoor que foi falado, elaborei o titulo, ninguém layoutou, nao mais se falou a respeito. Parecíamos perdidos e não nos dávamos conta.
Houve um churrasco, estive muito gripado, acabei não indo e desapontei pela primeira vez quem eu queria muito ajudar: Juliana Pagani
O lançamento do livro trouxe muito estresse. Acompanhei o desgaste do diagramador. Até suas falas querendo dar um basta no trabalho. Embora já tivesse acompanhado momentos assim, de ameaça, mas me assustei, deveria ter saído de perto. Ali me perdi mais um pouco.
Eu queria ajudar e não sabia mais como. Lembro que considerei que a diagramação poderia ser feita por outra, se tivesse trabalhos da DIAGEO para fazer (era o que parecia). Mas ele parece que queria fazer tudo. A confusão prevalecia.
Fui falar com a Juliana, tentando ajudar, me peguei mais perdido ainda: falei que elas estavam sendo boas conosco e nós estávamos desapontando-as pois tinhamos compromisso no dia da festa de lançamento do livro. Eu não fui por causa deles, com medo de represália.
Assumi que estávamos muito nervosos com tudo. Numa ocasião, Julio completamente nervoso falando alto no carro e eu, dirigindo, quase o bati, pois não vi o sinal vermelho. Crise instaurada.
A Juliana me pergunta sobre o que elas poderiam fazer para melhorar. Eu tive o garfo e faca nas mãos mas não consegui responder: deixe-os trabalhar um dia de casa por semana (para espairexer, para mostrar inovação e modernidade para qualquer coisa, eu ficaria com a quinta, eles podem ficar com a segunda ou sexta), acertem o fluxo do trabalho via algum sistema ou colocando minha pessoa como tráfego, vamos focar e concentrar e nao dispersar. NÃO FALEI POIS ACHAVA QUE EU TINHA ME METIDO ONDE NÃO DEVIA, ENCONTRANDO DESIGNERS QUE PUDESSEM AMPARAR UMA POSSÍVEL - E FORÇADA - SAÍDA DO EDUARDO. UM JOGO COMUM QUE PARECIA SURTIR BOM EFEITO. E QUE EU ESTRANHAMENTE ME VI METIDO.
Os dias passaram, recebemos bônus por conta das demandas. Teve o aniversário do Eduardo, numa busca de agrada-lo, talvez, e a Carol perguntou sobre os comerciais que eu fazia para os 50 anos da agência. Faltava definição do visual. Eu tinha duas campanhas criadas em forma de textos, muita coisa vindo da afinidade e visão do Valduir. Em muito, eu pensava em ter algo que víssemos ele.
Eu apresentei, anteriormente, cada uma dessas campanhas Inclusive cantando um jingle.
Durante todo esse período, tivemos andamento de trabalhos do Creci - Santa Catarina. Eles não pedem criação, enviam uma arte e pedem melhorias e vão mudando tudo de acordo com o que entregávamos. Começavam do zero também. ACho que tinham problemas de aprovação interna, ficava claro isso, às vezes
No início dos pedidos, lá atrás, março-abril, João Neto me pediu uma sequência de comerciais cuja referência eram comerciais em forma de testemunhais das Casas Bahia. Eu fui atrás do redator desses comerciais a fim de encontrar os filmes. E fiz entre 4 ou 5 roteiros que, após uma semana, ninguém sequer pediu para ver. Eu achava que tudo daria certo e que eu monetizaria muito a agência.... as vezes a positividade é até inocente.
Voltando, com as mudanças pedidas pelo CreCi - Santa Catarina, o Julio ficava sempre nervoso, e eu, de mãos muito atadas, pois não conseguia executá-las nem tampouco fazer a mais do que era pedido.
A Juliana tentava contribuir dentro do possível.
Um dia, o Julio demonstrou-se perdido com a quantidade de alterações e eu fui ajudar. Pois ele gritou comigo diante dos meus pedidos. Eu, desesperado, tentei brincar, tentei acalma-lo. E na verdade ele agia de forma manipuladora. Depois se desculpou. E eu tive mais uma noite daquelas que ocorria: diante das dificuldades de harmonia, eu ficava sem dormir quase que uma vez por semana, por aí, as vezes ate mais.
No outro dia, via whatsapp, falei pra ele não gritar mais comigo. Ele estranhou o pedido, alegou não ter compreendido. Silenciei.
Na tarde, tudo o que ele tinha alterado, o cliente mudou de novo.
E eu, completamente frustrado, devolvi à Juliana o pior de mim: aleguei que precisava tirar meus dias de folga das eleições pois estava com uma oportunidade e eu iria perdê-los mesmo, mas nao expliquei bem: eu nunca conseguia tirá-los e a tia da Katia estava aqui no Brasil. Eu há muito tempo alimentava o desejo de viajar com elas.
A Ju ainda comentou de eu aguardar o desfecho dos trabalhos para tirar os dias, mas não dava. Eu estava era desesperado para me acalmar com o João. (E tinha o período de férias da Katia. Eram 3 dias de uns 15 em que trabalhei nas eleições diante de todo aquele clima direita x esquerda. Que doença!)
Pois naquele eu machuquei a Juliana novamente. No outro dia, vi ela falando com a mãe e sabia que era sobre mim: meus dias de eleição, minha situação, eu falava de sair.
E ela ainda me perguntou se eu iria em um festa junina que ela promoveria. Disse que precisava tirar os dias. Talvez ali ela estava me dando uma chance ainda. Mas eu queria agradar a tia, a Katia e busquei uma boa emoção, mas acabei encontrando meu próprio demônio.
Voltando: conversei com o João sobre a situação, passei om ok dele à Juliana, a fim de não preocupá-la, fui viajar incerto, tentando me encontrar, me erdi no caminho... aos poucos fui melhorando, respondi ao Julio no fim da tarde. Ah, errei de nunca falar para onde iria, mas a ideia era tentar até trazer um cliente para a agência. Eu estava muito adoecido mentalmente.
Voltei da viagem, não fui atras de oportunidade, a campanha do João teve andamento.
A Juliana me chama para conversar e eu nem vou, alego que estava com trabalhos (que finalmente só cabiam a mim resolver) e não queria desapontar ninguém.
Pois bem, coloquei meu pescoço à forca.
Dali para frente ela não passou mais trabalhos que fiz para ela e estive reclamando (olha isso, da forma que foi operacionalizado) sobre um jornal de uma escola onde as professoras me passavam informações diretamente. Eu reclamava pelo próprio desequilíbrio que estive acometido e por réplica dos outros, que faziam isso.
Ah, todo dia o ambiente parecia perdido: um falava que ia sair, outro que já deveria fechar, outro que também tinha oportunidade. Eu segui o fluxo, ansioso ao extremo.
Após eu pedir os dias, a Juliana começou a me chamar para reuniões imediatas, quando eu trabalhava de casa. Foram pelo menos duas. Era: entra agora aqui.
Na primeira, eu demorei um pouco pra ver, estava no banheiro. Quando acessei, ainda fiquei desesperado pelo volume de coisas que o João pedia.
Ele me questionou se eu estava desanimado.... eu aleguei que não, mas estava perdido, pois depois liguei para a Juliana e falei: nós estamos sem mão de obra. Eu já não tinha mais a melhor comunicação: na verdade, o Eduardo não queria fazer nada para Creci e o Julio não conseguia resolver. Ao começar a falar eu ficava extremamente nervoso, daí me acalmava, era um comportamento ruim, impulsivo.
(Noutra vez, eu já fazia muita coisa para um video e nem almocei. Após 3 minutos da reunião imediata, eu entrei e a vi olhando no relógio. Foi uma conversa rápida e eu ferido, pedi desculpas a ela pelo atraso).
(A Dirleni um dia me vê lá em cima falando com editor e me chama para falar das minhas férias, que eu deveria tirar em outubro e em janeiro - mas isso era porque já tinha decidido me despedir). Eu disse: pelo menos me preparo para ficar em casa...
No outro dia, os dois negociaram com a Carol que ofertou deles fazerem os trabalhos à noite e iriam receber horas extras ou como freelancer.
Eu achei que estava tudo certo quanto a isso e aguardei a Juliana chegar para dizer o que tinha de ser feito por eles. Ela foi radical quanto a não ser assim. Talvez outra decepção comigo.
Em uma reunião on-line, o cliente pediu um video animatic para a gente. O Eduardo falou de fazer. Eu ofereci ajuda, dizendo que buscaria imagens de movimento. Ele não aceitou, aí pegou umas 6-10 imagens jpg e montou o animatic.
Eu tive de aceitar aquilo e apresentar. O Cliente achou estático. Fiquei sem saber o que fazer. O Eduardo ficou bravo. Ciente de que o Eduardo ficara bravo, a Juliana coletou um áudio dizendo que o animatic estava bom, que o cliente tinha dado parabéns.
Ela desceu para mostrar para ele o áudio. O Eduardo nem quis ouvir e ela saiu magoada.
Eu, finalmente, saí fazendo o vídeo.
Corri atrás de editor barato que passou dificuldades, pois foram inúmeras alterações. Corri atrás de imagens em movimento, imagens de drone, ajustei textos, falei com produtor de áudio, mudanças de todo tipo.
Mais para frente, mas não muito, como os dias eram difíceis e eu estava totalmente ansioso, não me dava conta do decorrer do tempo, mas, numa manhã, o Eduardo me acusa de ter inveja dele. E diz que achava que eu seria despedido. Ele ficou nervoso, não quis contar, mas pel ojeito a Juliana disse que eu agi como ele, e que eu seria despedido, que eu tive inveja dele, pois ele falou de sair e ganhou proposta. E eu falei que queria tirar uns dias para ver uma oportunidade, só que nada deu certo, nem trazer um cliente (tio da Katia) e não falei mais nada, corri atrás de resolver o que começou sendo um animatic.
O Julio ficou tolamente surpreso e nervoso com a atitude do Eduardo. Eu, na verdade, não me dava mais conta do que eu fazia. Dei carona para o Julio, voltamos para casas nervosos. Dai pra frente ele não mais quis pegar carona comigo: a ficha dele tinha caído.
O animatic de meio dúzia de imagens estáticas e que foi rechaçado por estar parado quando eu apresentei, a Ju conseguiu coletar os parabéns que o Eduardo, desapontado, nem quis ouvir.
E numa sexta de agosto, talvez dia 11, eu fui até a escola do meu filho para ver as homenagens de Dia dos Pais. Foi lindo, me ajudou a respirar e procurar soluções emocionais para mim.
Não treinei naquela manhã nem senti falta. Cheguei na empresa diferente, levei o tablet para o Yan usar num período que ele ficaria lá. Mostrei à Carol e percebi que ela estava diferente.
(Eu a decepcionei também. Não falei para onde ia, na ocasião dos meus dias de folga, porque elame disse q eu ia ficar em casa, sei lá, estive confuso. Noutra oportunidade. teve um momento que ela cutucou minhas costas quando esteve atrás de mim, não sei se para me dizer alguma coisa, se para testar minha energia.
Ela também me pediu o número de posts que tínhamos feito para o Cofeci. Talvez ela não sabia que eu, antes de entrar em férias, como forma de ajudar ao Julio, deixei muito texto para post pronto. Só que quando eu voltei, nenhuma arte havia sido feito, pois o Valduir pediu para suspender a produção. Mas devia ter sido feito, foi poderia ser postado depois.)
Alguns dias antes do Dia D, o João Neto pediu uma apresentação para a agência. A Juliana, como não passava mais nada para mim, pediu para o Julio montar. Eu percebi aquilo e fiquei desapontado. Aí ele não fez e ainda esteve doente num dia, não apareceu na agência. Eu fiz aquele trabalho muito nervoso. A Juliana estava em encontro do COFECI e me mandou uma mensagem, dizendo que o João havia pedido a apresentação só naquela hora. Eu respondi dizendo o panorama de tudo o que eu sofrera até ali: nao vão conseguir me surtar (mas eu já estava surtado).
Na verdade, eu já sabia que ele pediria. E fiz, claro, com medo de pedir artes ao Eduardo.
Não foi a melhor apresentação que fiz. Longe disso.
Mas me dediquei porque era isso que eu precisava para melhorar, ver as coisas andarem.
Naquele mesmo dia de um ligeiro reencontro comigo, com a ida à escola do Yan, fui despedido. Alegram que não iam mais participar de concorrências e que estavam com dúvidas se o contrato do COFECI seria renovado.
Acho que também que estavam sem perspectivas de clientes. Era para eu acreditar nisso.
Dali pra frente eu só acabei de morrer, pois junto ao Valduir, foi muito de mim.
Peço desculpas a todos por tudo o que fiz.
E os desculpo por tudo, pois sei que minhas escolhas me levaram a isso: procurar uma boa emoção e acabar encontrando meu próprio demônio que sempre quis me matar. E conseguiu.
Me pegou por um monte de lados: emocional, nervosismo, ansiedade, frustração, dias para tirar, mentiras, situações internas da empresa, reunião agora!, decepções que apliquei.
Fim. Meu fim chegou.